quarta-feira, 6 de julho de 2011

Em busca dos bons sons


Logo que começamos a nos entender por gente, começamos a nos questionar quanto a muitas coisas – e uma delas é a música. Se a pessoa já dispõe de uma base sobre o que são os bons sons, ou então se relacionar com pessoas que lhe apresentem as indispensáveis pérolas do bom e velho rock’n’roll, o caminho já está traçado!

Quando compramos nosso primeiro disco, geralmente a escolha é feita por influência de alguém, ou algum elemento da capa, ou um som ouvido no rádio. Mas o acaso também pode contribuir; este foi o meu caso, quando um vinil veio trocado e acabei conhecendo o ótimo Slade Alive (1972), do Slade. Coloquei o disco na vitrola e fui sugado ao mundo do rock – seja por meio dos bolachões de vinil, das fitas cassete, das fitas em VHS e, mais tarde, pelo CD ou DVD, e agora dos arquivos em MP3, e por aí vai... Toda essa introdução serve para começarmos a falar do prazer que o verdadeiro roqueiro tem em ir atrás do que gosta e garimpar raridades – e não ficar atrás de modinhas do momento, ou colecionar apenas por colecionar.



Começamos a analisar as musicas, devoramos revistas especializadas em rock e aí se define qual tendência será seguida – se as vertentes mais ou menos pesadas, e por aí vai. E aí se forma o senso crítico – que não só torna os fãs de determinada banda verdadeiros especialistas, mas também permite uma visão de conjunto do estilo, das influências recebidas por cada grupo ou música, etc.



Munido desses conhecimentos, vem o prazer da caça. A ida a uma loja de discos (física, não virtual!) sempre é motivo de êxtase para o colecionador, que chega procurando determinado vinil ou CD e acaba buscando outras coisas, lembrando de outras bandas. E tudo isso dá trabalho: não são todas as lojas que organizam os álbuns em ordem alfabética, e algumas chegam mesmo a criminosamente esconder os melhores discos (sei de uma que faz exatamente isso). Passamos por alguns itens melhores, separamos um, fingimos que não vimos outro, aí achamos aquele que estávamos procurando... Aí, amigo, é só comemorar – mas será que devemos levar aquele outro? Dúvidas, dúvidas...



Outro prazer está ligado ao objeto em si. OK, hoje é muito mais fácil ouvir sons raríssimos graças à internet, é possivel até baixar aquela capinha do CD em edição limitada que circulou há mais de 40 anos sei lá onde... Quando você começa a ir atrás daqueles vinis e CDs originais, pela satisfação de ter o item original, com arte, encarte e tudo o mais, já começa a ouvir os argumentos pró-download: é mais fácil puxar tudo em MP3, sai de graça etc. Mas não adianta: nada se compara ao original. E, no caso dos lançamentos mais antigos, o discão de vinil é insuperável. Se você não tem um aparelho para tocá-los, vá atrás e não se arrependerá! E não se esqueça das reedições em CD, remasterizadas, de luxo, com livretos inéditos etc!




Carlos "Barão" Alberto Prendaglia

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